Mestra Luzia Simões, filha de Coqueiro Sêco, foi uma incansável lutadora em defesa do folclore alagoano. Ao lado de Lucimar, sua seguidora e de Carmen Omena, uma folclorista, artesã e conselheira de Dona Luzia, conseguiram apoio para a feitura de um Cd das “Baianas de Santa Luzia” e tempos depois outro Cd da Chegança Silva Jardim. Graças pessoas que carregam consigo os ensinamentos do pais o folclore Alagoano continua vivo e com perspectiva de ser reconhecido.Afinal, Alagoas é cantada em versos e prosa como o Estado com mais manifestações folclóricas.
A música das Baianas é extremamente sedutora, vide a coletânea Música do Brasil que abre com elas. Chico Science no 1º CD sampleou a gravação de 1977, já citada no CD, na música A Cidade. Desde 1977 foram feitas várias regravações das Baianas. Porém esse é o primeiro CD integralmente dedicado a essa brincadeira. Segundo pesquisadores, As Baianas surgem de uma variação do Maracatu do sul do estado de Pernambuco – já adentrando Alagoas – no início do século XX, a príncipio como Clube de Carnaval, depois como uma brincadeira natalina devido as repressões as religiões Afro-brasileiras. Muitas brincadeiras mantem relações com essas religiões, mesmo porque as pessoas que fazem da brincadeira são praticantes da religião Afro-brasileira. Como no caso das Baianas de Maceió: várias eram ensaiadas por Pais-de-Santo após a grande repressão aos terreiros em Alagoas, culminando no famoso “Dia do Quebra” de 1912.
As Baianas de Coqueiro Seco ficaram paradas por 47 anos entre 1958 e 2005. O retorno delas deve-se a Renata Mattar, pesquisadora destas manifestações na cidade. Renata conheceu Mestra Dulce, que foi a última mestra reminiscente das Baianas. Depois do encontro, por meio da organização de Lucimar e com os ensaios de dona Luzia, que brincou nos anos 50, elas voltaram a ensaiar. Esperamos que dessa forma essa brincadeira lindissima possa voltar e manter-se, que esse registro possa ajudar a perpetuar por muito mais tempo – espero que todos que ouçam sejam contagiados por essa alegria que são as baianas – alegria para um Mundo Melhor.
Como a nossa missão neste mundo é por alguns anos: Dona Luzia Simões, faleceu em 03.02.2010, deixando Coqueiro Seco sem a sua maior referência. Já Dona Carmen Omena, também seguiu o caminho do pai e faleceu em 28. 01.2012, deixando dezenas de peças do artesanato e também muitas saudades dos mestres do folclore alagoano
ADEUS A MESTRA LUZIA
Adeus nossa mestra querida,
a ti a nossa gratidão,
mestra querida que um dia,
deu a nossa cidade grande recordação
nosso baiana te saúda,
a nossa chegança
nosso pastoril aquir embala,
saudosa jornada,
por ti chora também.
Fonte: Asfopal: Associação dos Folguedos Populares de Alagoas
