Folclorista Ranilson França, 15 anos de saudade

RANILSON FRANÇA DE SOUZA, nasceu no dia 19 de junho de 1953, na Chã do Pilar/AL, filho de José Belarmino de Souza e de Jeruza França de Souza. Vindo morar em Maceió, cursou o primário no Grupo Escolar D.Pedro I e o ginásio no Colégio Élio Lemos e Colégio Estadual, terminando o segundo grau no Colégio Guido. Participava ativamente do Grêmio Estudantil, integrando a equipe da Revista Mocidade. 

Os anos passados na sua querida Chã do Pilar, deu-lhe a oportunidade de conhecer alguns dos nossos folguedos: guerreiros, pastoris, baianas, cavalhadas, entre outros, ficando contaminado pela beleza e riqueza da cultura popular de Alagoas. Aos 18 anos, já era um estudioso do folclore alagoano. Foi discípulo de grandes folcloristas como Théo Brandão e Pedro Teixeira e amigo do folclorista José Maria Tenório Rocha.

Homem honesto, criativo, estudiosos e dono de uma memória privilegiada, sempre agindo com integridade, humanidade e humildade, marcou sua carreira de forma notável, graduando-se em Pedagogia e Educação Artística, foi professor de Folclore no Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), do qual foi um dos fundadores, exercendo o cargo de Assessor de Assuntos Estudantis Comunitário.

Professor concursado da rede pública estadual de ensino, integrou o quadro da Secretaria Estadual de Cultura, onde ocupou por vários anos o cargo de Coordenador de Ação Cultural, como também o de Secretário Estadual de Cultura. Professor e pesquisador, desempenhou várias atividades relacionadas ao folclore, fundando no ano de 1985 a Associação dos Folguedos Populares de Alagoas – ASFOPAL, da qual foi presidente durante 21 anos. Também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), Presidente da Comissão Alagoana de Folclore (CAF) e do Conselho Estadual de Cultura.

Sempre buscando divulgar as belezas do folclore, criou o programa “Balançando o Ganzá”, na Rádio Educativa FM, durante duas décadas, apresentando ao público um pouco da história, da vida e da obra dos denominados Mestres do folclore alagoano, mostrando ao ouvinte a alegria e a autenticidade do folclore a partir da presença freqüente de algum  grupo ou representante dos folguedos.  Foi uma proposta pioneira que dura até os dias de hoje. Criou também, junto à ASFOPAL, o projeto “Engenho de Folguedos”,  com ensaios abertos e semanais para os amantes da cultura popular.

Nos últimos anos esteve à frente da Coordenadoria de Ação Cultural da Secretaria Estadual de Educação (CorAC), criando o projeto Mestre na Escola, com o objetivo de formar grupos folclores com os alunos da Rede Estadual de Educação.

Admirador declarado do forrozeiro Dominguinhos, Ranilson escreveu seu primeiro livro, “De Neném a Dominguinhos”, contando toda a trajetória de vida do músico.

Homem de destaque notório na cultura popular do Estado, despediu-se prematuramente da vida no dia 14 de agosto de 2006, aos 53 anos de idade, deixando uma verdadeira legião de admiradores e uma lacuna na preservação, divulgação e valorização do diversificado e rico folclore das Alagoas.

Com humildade e sabedoria, soube valorizar e respeitar cada mestre, cada brincadeira. Tornou-se o “Mestre dos Mestres”.

Obras: De Neném a Dominguinhos – 2006; Vários artigos sobre o folclore alagoano.

Fonte: ASFOPAL, Associação dos Folguedos Populares de Alagoas – 25 Anos Brincando Sério” – Novaes, Josefina

 

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