
Francisco Maia de Queiroz, o popular Louro Branco, Poeta, repentista e compositor, nasceu dia 02 de Setembro de 1943 na Vila Feiticeiro no município de Jaguaribe – CE. Casado com Maria Gomes de Souza Queiroz, 6 filhos e 11 netos. Foi pescador, agricultor e vendedor ambulante. Começou a cantar aos 12 anos de idade, morou nas seguintes cidades: Jaguaribe – CE, Jaguaretama –CE, Coronel João Pessoa – RN, Limoeiro do Norte – CE, Mossoró – RN, Iguatú – CE, Caicó – RN, e atualmente em Santa Cruz do Capibaribe onde mora desde 1991, e aonde pretende permanecer.
Cantou em vinte estados do Brasil, com todos os maiores cantadores do Nordeste, participou em mais de 400 festivais, tem ao todo mais de 700 composições, condecorado como o maior cantador do Brasil, titulo dado pelo famoso poeta compositor e presidente da Classe, o baiano* Rodolfo Coelho Cavalcante. Chegou a cantar para o ex-presidente José Sarney, publicou dois livros, 1º: A Natureza Falando, e 2º: Da Casca Até o Miolo, e está partindo para seu 3º livro. Casado com Maria Gomes de Souza Queiroz, tem 6 filhos e 11 netos.
Para o cordelista Arievaldo Viana, Louro Branco faz parte de uma geração de cantadores essencialmente repentista e improvisador. “Ele não escreve e nem pensa antes de fazer. Sempre trabalhou com uma rapidez assombrosa”, destaca. O membro da Academia Brasileira de Cordel recorda de tê-lo visto em diversos festivais e ser, por vezes, injustiçado. “Apesar de ter versos geniais, não tinha boa dicção. Mas quem o conhecia, era acostumado com sua fala. Vindo de ambiente rural, sem muito estudo, tinha excepcional cultura e inteligência luminosa”.
Versos de Louro Branco
Cantador como eu ninguém num fez
Deus deixou pra mandar muito depois
Que se cabra for grande eu dou em dois
E se o cabra for médio eu dou em três
E se for bem pequeno eu dou em seis
Que a minha riqueza é bem total
Cantador como eu não nasce igual
Que ou nasçe mais baixo sou mais estreito
Repentista só canta do meu jeito
Se for fora de série ou genial.
Acho bonito o inverno
Quando o rio está de nado
Que o sapo faz oi aqui
Outro oi do outro lado
Parece dois cantadores
Cantando mourão voltado.
Cantando com VALDIR TELES, o colega perguntou onde LOURO residia e depois disse o seguinte:
QUALQUER DIA, MEU COLEGA
VOU CONHECER SUA CASA…
LOURO pegou na deixa e falou:
MEU CUMPADE, A MINHA CASA
É UMA CASA TÃO FEIA…
D’UM LADO É UM CEMITÉRIO
DO OUTRO LADO A CADEIA
D’UM LADO SE COME TERRA
DO OUTRO SE COME PEIA.
Noutra oportunidade, cantando à Natureza, disse:
Admiro a Natureza
Mar vomitando salinas
Lajedos de corpos nus
Com as pedras cristalinas
E as serras, túmulos rochosos
Onde Deus sepulta as minas
Noutra oportunidade, cantando com Sebastião da Silva, outro poeta de primeira grandeza, e falando da herança que deveria deixar para a família, saiu-se com essa:
No dia que eu morrer
Deixo a mulher sem conforto
Roupas em malas guardadas
E o chapéu em torno torto
E a viola com saudades
Dos dedos do dono morto.