
Erivan Alves de Almeida, conhecido no meio artistico como Mestre Zinho, nasceu em 1947, em Rio Largo – Alagoas. Neto de Mestre Bruno, um retado sanfoneiro tocador de oito baixos, o jovem teve diferentes empregos antes de se tornar músico. Trabalhou numa fábrica de tecidos como tecelão por quatro anos, depois tentou aprender as artes de sapateiro, alfaiate, relojoeiro. Cantou na noite era várias casas de de forró em Maceió, participou em festivais nas Rádio Gazeta e Difusora, com o saudoso Ferreira Junior, e foi puxador de samba enredo da escola de samba Unidos do Poço. Mas o forró corria em suas veias, junto com a admiração por Luiz Gonzaga. E Erivan formou um grupo de forró chamado Cangaço Nordestino,que se apresentava em protas de loja e caminhões. Na década de 1980, Erivan se tornou Zinho em sua passagem pel“Os 3 do Nordeste”, como trianguleiro, vocalista e compositor. Ao lado de Parafuso e Zé Pacheco, foram sete álbuns gravados e sucessos eternizados na voz vibrante de Zinho, como “Amor com café” (Cecéu), “Forró de Tamanco” (Antônio Barros), “Osso duro de roer” (Zinho / Aloísio Silva / Parafuso) e “Da boca pra fora” (Cecéu).
Em 1988, Zinho deixou os 3 do Nordeste e passou a seguir carreira solo. Nesse ano, lançou o LP “Murro em ponta de faca”, que contou com as participações especiais de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Amelinha. Também no mesmo ano, fez participação especial no LP “Fruto”, lançado por Elba Ramalho, interpretando a faixa “Agora é sua vez”.
Zinho contava que, quando estava à beira da morte, no hospital, Gonzagão o chamou e disse: “Depois de mim e Lindú (vocalista do Trio Nordestino, já morto na época), você é o melhor cantor de forró vivo. Não é para você se achar não viu, carrega essa bandeira”.
Nem só de sucessos viveu Mestre Zinho, algumas tragédias marcaram a trajetória dele, mas não o impediram de seguir cantando e compondo. Em 1987, sofreu um acidente de carro que lhe tirou parte dos movimentos de uma das mãos. Em 2006 superou um câncer de próstata, e em 2008 fez uma cirurgia cardíaca. No mesmo ano, Mestre Zinho teve uma paralisia facial, mas continuou se apresentando, mesmo com dificuldades.
Em 2004, lançou CD “Gelo na farinha”, considerado por forrozeiros e DJ’s de forró como um dos melhores álbuns do gênero. O filho Márcio conta que Zinho gostava dos novos artistas do gênero. Para ele, o forró universitário era uma continuação do forró de raiz. Em 2007 Mestre Zinho se uniu a dois outros ícones do forró tradicional: Dominguinhos e Dió de Araújo. Foi o Trio dos Sonhos, e juntos se apresentaram no Festival Nacional de Forró em Itaúnas naquele ano. Existem poucos registros do Trio dos Sonhos, e quem teve o privilégio de ver a apresentação dos três no Bar Forró relata que foi um dos shows mais emocionantes da história do forró brasileiro.
Em 63 anos de vida e 31 de carreira, Mestre Zinho gravou 16 álbuns solo e mais oito álbuns junto a’Os 3 do Nordeste.
É de Mestre Zinho uma das declarações mais fortes do forró brasileiro, durante a gravação do filme “Por Amor ao Forró”: : “O forró pra mim é isso, é tudo. É a minha vida, vida minha e por toda vida vai ser desse jeito.”
Discografia – Mestre Zinho
Murro em ponta de faca (1988)
Zinho: O sucesso do forró (1989)
Remexe o coração (1990)
De documento na mão (1990)
Aí o bicho pega(1991)
Forró com gosto de gás (1993)
Zinho e banda girassol: eu sou o forró (1994)
Zinho Extra(1995)
Joia Rara (1996)
Estrela Guia (1997)
20 anos de forró (1999)
Forró do apagão (2002)
25 anos de forró(2004)
Gelo na Farinha (2005)
Canta que o povo gosta (2007)
Mestre Zinho e amigos (2008)
Fonte: http://forroalagoano.com/5266/
https://www.palcomp3.com/mestrezinho/info.htm
http://dicionariompb.com.br/mestre-zinho
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0802201017.htm