(Maceió, 18 de maio de 1900 – Maceió, 03 de março de 1992)
Abelardo Duarte, médico e escritor, fundador da Faculdade de Medicina de Alagoas, foi um dos mais destacados representantes do pensamento de Alagoas. Professor emérito da Universidade Federal de Alagoas, Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e membro de inúmeras outras instituições. Autor do já histórico estudo “Um folguedo do povo: O Bumba-meu-boi (Ensaio de História e Folclore)“ – Maceió, 1957, entre várias outras obras. Distingue-se também por acentuado interesse por questões “negras” que dizem respeito à musicologia.
Significativamente, Abelardo Duarte escolheu o titulo de “Folclore Negro” para a sua mais representativa obra nesse campo (Folclore Negro das Alagoas: Áreas da cana-de-açúcar, Maceió, 1974).
Formou-se em Medicina em Salvador/BA, onde foi auxiliar acadêmico no Laboratório de Patologia Geral (tese: “Os grupos sangüíneos na Bahia, 1926).
Voltando à sua terra natal, em 1927, iniciou suas atividades profissionais como médico Pediatra, abrindo seu consultório na rua do Comércio. Ocupou também cargos diretivos, dentre eles o do Hospital Infantil da Santa Casa de Maceió e do Conselho Regional de Medicina nos seus primórdios. Professor Emérito da UFAL pelo reconhecimento aos serviços por ele prestados.
Era também escritor, além de artigos médicos, escreveu sobre teatro, educação e cultura, tornando-se em pouco tempo, um dos nomes mais expressivos da capital alagoana. Homem de reconhecida cultura, Dr. Abelardo Duarte passou a colaborar na imprensa de Maceió. Assim revelou-se, não só um jornalista de grande talento, mas um crítico literário, ensaísta, folclorista, biografo e historiador.
Criador e fundador da Faculdade de Medicina de Alagoas tinha a visão consciente de que o jovem para tornar-se médico não precisaria sair do seu estado. Assim, no final da década de 1940, lançou através da imprensa alagoana, a idéia de se fundar, em Maceió, uma faculdade de Medicina, o que aconteceu no dia 03 de maio de 1950. Porém, por motivos políticos, não quis ser o seu primeiro diretor, pois o governador da época o tinha como adversário.
Conciliou muito bem a profissão de médico com a da literatura. Foi contemporâneo de Arthur Ramos, outro famoso médico alagoano. Dedicava-se à cultura e à influência do negro na formação brasileira. Dizia: “Continua a discriminação mesmo tendo acabado a escravidão, mas até hoje há o desrespeito para com a pessoa humana do negro e de tantas outras minorias étnicas”.
Faleceu em Maceió, no dia 03 de março de 1992, aos 91 anos de idade.
OBRAS DO AUTOR:
- Um folguedo do povo: o Bumba Meu Boi (ensaio de História e Folclore) – Maceió – 1957
- Folclore Negro das Alagoas
- Três Ensaios
- Pedro II e Dona Teresa Cristina nas Alagoas
- Negros Muçulmanos nas Alagoas: Os Malé
Fonte de pesquisa: Cartilha de Folclore – José Maria Tenório Rocha; Wikipédia, a enciclopédia livre; e ABC das Alagoas.