Posse do escritor Jorge Amado na Academia Brasileira de Letras, em 1961.
O Dia do Escritor é comemorado anualmente, no Brasil, no dia 25 de julho. A data foi instituída em 1960 por João Peregrino Júnior, então presidente da União Brasileira de Escritores. À época, o vice-presidente da instituição era Jorge Amado, importante escritor brasileiro.
História do Dia Nacional do Escritor
O Dia Nacional do Escritor surgiu a partir do Festival do Escritor Brasileiro, criado pelos integrantes da presidência da União Brasileira de Escritores: João Peregrino Júnior e Jorge Amado.
O Ministro da Educação da época, Pedro Paulo Penido, oficializou a data por meio de uma portaria publicada dois dias antes do dia escolhido. A partir de então, o Dia do Escritor passou a ser comemorado no dia 25 do mês de julho.
Conheça grandes escritores brasileiros
A literatura brasileira é muito rica e conta com escritores e escritoras muito talentosos. Conheça um pouco da história de grandes escritores brasileiros.
Monteiro Lobato
Monteiro Lobato foi um dos primeiros autores de literatura infantil do Brasil. Além de escritor, foi também editor e criador da Editora Monteiro Lobato e, mais tarde, da Companhia Editora Nacional. O autor se destacou, principalmente, pelo universo criado em sua obra mais conhecida: a série Sítio do Pica-pau Amarelo, composta por 23 livros. A série já foi adaptada para o cinema e televisão diversas vezes, além de ter se tornado história em quadrinhos. Uma curiosidade sobre a obra de Monteiro Lobato é que o Sítio do Pica-pau Amarelo foi traduzido para o espanhol, na Argentina, e para o russo. A primeira tradução para o inglês aconteceu somente no ano de 2019.
Machado de Assis
Machado de Assis tem uma extensa lista de obras, que conta com romances, contos, peças teatrais, poemas, sonetos e crônicas. O autor é considerado o introdutor do Realismo no Brasil com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas. De complexa definição, a obra de Machado de Assis perpassa por vários gêneros e estilos literários.
Machado de Assis foi fundador e o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis. Nomeou José de Alencar como patrono de sua cadeira na Academia. O autor tinha o apelido de “Bruxo do Cosme Velho”, dado por seus vizinhos. A razão disso é que ele teria queimado cartas em um caldeirão em sua casa, localizada na Rua Cosme Velho. O apelido se tornou mais popular após a publicação de um poema de Carlos Drummond de Andrade em homenagem a Machado de Assis, chamado A um bruxo, com amor.
José de Alencar
José de Alencar é de extrema relevância para a literatura brasileira por ter sido o precursor do romance de temática nacionalista. Além disso, foi nomeado patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras. Em 1856, Alencar publicou seu primeiro romance, Cinco Minutos. No ano seguinte, publicou A Viuvinha. Mas foi com O Guarani, publicado em folhetins no ano de 1857, que se tornou popular. Junto a Iracema (1865) e Ubirajara (1874), O Guarani faz parte da trilogia indigenista — os três romances do autor de temática indigenista.
O indianismo foi uma das principais tendências do Romantismo brasileiro, que conta com Gonçalves Dias na poesia e José de Alencar na prosa. Alencar também produziu romances urbanos, regionalistas e históricos, assim como peças para o teatro. Sua obra tem como forte característica o nacionalismo, que pode ser percebido tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua portuguesa.
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade foi um dos principais poetas da segunda geração do Modernismo brasileiro. Além de poeta, foi contista e cronista. O Modernismo brasileiro tem a característica do verso livre, independente de um metro fixo, que é percebida em muitas das obras de Drummond.
Seu estilo de poesia é composto por traços de ironia, humor, pessimismo diante da vida e observações do cotidiano. Além disso, Drummond tinha uma “veia jornalística”, tendo trabalhado como repórter, cronista e afirmando que “O jornalismo é uma forma de literatura”. Além da estátua que homenageia o escritor na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Drummond estampou a nota de 50 cruzados novos, a partir de 1989. De um lado estava o rosto do poeta e, do outro, o poema Canção Amiga, parte do livro Novos Poemas, de 1948.
Cecília Meireles
Cecília Meireles foi poeta, jornalista, professora e pintora. Publicou seu primeiro livro de poemas, Espectros, aos dezoito anos de idade. Considerada uma das maiores poetas do Brasil, seus poemas não podem ser enquadrados em apenas uma escola literária. Aos nove anos de idade, Cecília teve o primeiro reconhecimento de seu talento ao receber o prêmio Olavo Bilac das mãos do próprio escritor. Ele era inspetor escolar no estado do Rio de Janeiro, onde Cecília viveu e estudou.
Assim como Drummond, Cecília Meireles também foi homenageada pela Casa da Moeda em 1989. A escritora teve seu rosto como fundo na nota de 100 cruzados novos. No entanto, a nota circulou por pouco tempo, uma vez que o Plano Real aconteceu 5 anos depois.
Clarice Lispector
Clarice Lispector foi uma jornalista e escritora nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira. Lispector escreveu romances, ensaios e contos e é considerada uma das mais influentes escritoras da literatura mundial. Iniciou sua carreira como tradutora, mas logo se consagrou como escritora, se tornando uma das mais importantes do país do século XX. Clarice era falante de ao menos sete idiomas: português, inglês, francês, espanhol, hebraico iídiche e russo. Traduziu ao todo 35 livros de variados escritores e gêneros.
Enquanto escritora, publicou seu primeiro livro aos 24 anos, Perto do Coração Selvagem. No entanto, publicou seu primeiro conto quando tinha apenas 19 anos. Em 1975, foi convidada para participar do I Congresso de Bruxaria, em Bogotá, na Colômbia. O convite se justifica pelo fato de algumas de suas obras sugerirem gosto da autora pelo tema místico. A palestra, no entanto, não foi sobre o tema extranatural, e sim uma leitura de seu conto O ovo e a galinha.
Como trabalhar o Dia do Escritor em sala de aula?
Uma maneira de trabalhar o Dia do Escritor em sala de aula é propondo atividades de produção de texto em um blog da escola, por exemplo. O uso da tecnologia é interessante, uma vez que os alunos se interessam por isso e se engajam mais em atividades que a envolvem. O professor pode solicitar aos alunos que pesquisem sobre os principais escritores brasileiros, seus gêneros e estilos literários e produzam releituras a serem publicadas no blog. Ainda, é possível deixar o tema da escrita dos alunos livre,permitindo que produzam textos de estilos nos quais se sintam mais confortáveis. Essa iniciativa é um grande incentivo aos futuros escritores brasileiros!
Conclusão
O Dia do Escritor, comemorado anualmente em 25 de julho, foi criado a partir da iniciativa do presidente e vice-presidente da União Brasileira de Escritores. O Brasil possui uma literatura muito rica e variada. Grandes autores brasileiros são reconhecidos mundialmente e influenciam, até hoje, a produção literária internacional.
Fonte: www.somospar.com.br
Sobre o autor
Marcos Lima
Produz e divulga a sabedoria popular do povo alagoano e nordestino.