Dança popular de cunho africano originária do estado de Pernambuco, podendo ser classificada como variante do Maracatú. Querem alguns pesquisadores que seja ela originária da Bahia por causa do nome. Composta somente de figurantes do sexo feminino, tem uma Mestra, duas contra Mestras, duas Puxa-Cordão, duas Bonecas que dançam na frente e o figurá que pode variar em numero, dependendo da dirigente do folguedo. Apresenta-se na todo o ano, especiamente na época natalina. Lembra o canto dos escravos nas senzalas e a coreografia criado pelos mesmos, no terreiro da Casa Grande dos engenhos de açúcar.
As roupas são vistosas. As saias bem rodadas, xale rendado e chinelos de couro. Predomina o branco, nas vestes. Algumas figuras usam o célebre “cabeção”. O instrumento característico é o zabumba, entrando ainda o ganzá e o pandeiro. A dirigente ou Mestra, sempre improvisa seus “repentes” que são na maioria das vezes, loas ou louvações a alguma pessoa importante do lugar ou a fatos inéditos.
Muito apreciado em nosso meio é um folguedo bastante em evidencia em Alagoas. Muitos grupos se destacaram no nosso estado. Entre eles: As Baianas de Riacho Doce, da saudosa Mestra Terezinha, Baianas Mensageiras de Padre Cicero, da saudosa Mestra Augusta, hoje no comando da Mestra Vanessa e Coordenação de Dona Maura. Também as Baianas de Coqueiro Sêco, que foi comandada durante muitos anos pela saudosa Mestra Luzia Simões, e hoje sobrevive graças aos esforços da coordenadora Lucimar Baianas, Baianas Praieiras, do Pontal de Coruripe e tantos outros grupos espalhados pelo estado de Alagoas.
As Baianas dançam ao som de zabumba, ganzá e, em alguns grupos, também de um tarol, no ritmo da marcha ou do abaianado. A coreografia simples se estrutura na sincronicidade dos movimentos para os lados e em deslocamento das filas/cordões das dançarinas, que se locomovem enquanto a mestra apita. Neste momento, o som é apenas o da banda, sem o acompanhamento do canto. Há grupos onde, além da mestra e das baianas, encontra-se também a contra-mestra e a diretora, ambas ao centro, entre as duas fileiras. Uma de cada lado da mestra.
Enfim,o folclore alagoano sobrevive com muitas dificuldades. Nossa sorte é contar com pessoas que acompanham, incentivam e dão seguimento aos folguedos que tem raízes profundas com nossos antepassados. Nossos avós e nossos pais vivenciaram essa época de ouro, onde a felicidade do nosso povo era apreciar e participar das danças populares e com isso foi criada uma geração sadia e sem vícios.
Fonte: Asfopal – Associação dos Folguedos Populares de Alagoas e Telma Cézar