Maria Mariá, a revolucionária que entrou para a história de União dos Palmares

Ela foi professora, historiadora, pesquisadora e enfrentou preconceitos na busca por seus anseios

Maria Mariá, marcou época em União dos Palmares

União dos Palmares- Cidade polo da zona da mata alagoana, União dos Palmares se caracteriza como sendo o berço de grandes nomes da literatura, da resistencia e das lutas. Dentre tantos nomes marcantes, que construíram a história da terra da liberdade, hoje, daremos destaque a Maria Mariá de Castro Sarmento.

Nascida em 16 de Junho de 1917 em um povoado próximo a cidade, onde hoje fica a extinta usina Laginha, Mariá era filha de Silvio de Mendonça Sarmento e de Ernestina de Castro Sarmento. Teve cinco irmãos: Maria Luisa, Paulo, José Silvio, Luis e Maria Silvia.

Maria Mariá iniciou seus estudos no grupo escolar Rocha Cavalcante. Já em Maceió, completou a sua educação formal na Escola Normal. Além de professora, Maria Mariá era amante da leitura e com isso, ampliou seus conhecimentos. Em 1960, voltou a estudar e concluiu o curso de contabilidade.

Decidida e de pulso firme, ela foi contrária as práticas tradicionais das escolas de sua época, abolindo o uso da Palmatória, classificada por ela como um instrumento de tortura e também eliminou apedra que os alunos precisavam carregar quando precisavam ir ao banheiro.

No ano de 1955, ela assumiu a direção do grupo escolar Jorge de Lima. No ano seguinte, passou a dar aulas de gramática no ginásio Santa Maria Madalena. Oito anos depois, assumiu a sétima Impetoria Regional.

Maria Mariá não se contentava com a situação da educação no estado e no dia 28 de Abril de 1963, publicou no jornal Gazeta de Alagoas, uma carta aberta ao então diretor da educação no estado, sem medo de perder seu cargo e sem temer qualquer outro tipo de perseguição politica.

Ela também foi credenciada como jornalista pela Associação Alagoana de Imprensa em 17 de Dezembro de 1965 de tanto escrever para os jornais.

Enfrentando tabus, Maria Mariá foi a primeira mulher a usar calça comprida em União dos Palmares. Era acusada de se vestir como homem. Além disso, ela não tinha medo de entrar nas rodas de jogos de baralho e dominó com os homens da cidade.

Maria Mariá não chegou a se casar e com isso, nada a impedia de frequentar o mundo boêmio mesmo sabendo que tais atitudes chocavam as familias tradicionais da época. Fumava em público, tocava violão , bebia nos bares e botecos, promovia vaquejadas, incentivava a criação de blocos carnavalescos. Maria Mariá era respeitada por todos e onde chegava, era vista como uma mulher de muita coragem e determinação.

A CASA MUSEU

A casa onde Maria Mariá viveu e morreu, foi transformada em um museu e contém os pertences da professora, historiadora, jornalista e folclorista. Foi fundado em 1993 e inicialmente se constituiu numa sociedade cultural mantida pela familia Sarmento.

O museu contém móveis, utensílios domésticos artigos jornalísticos e fotografias colecionados e catalogados por Maria Mariá. Localizado ao lado do museu do poeta Jorge de Lima e do parque Quilombo dos Palmares, o museu se constitui numa  importante contribuição para o enriquecimento da cultura brasileira.

Reformado em 2011, o museu passou aos cuidados da secretaria municipal de cultura do município de União dos Palmares, hoje extinta e transformada em diretoria. Em 2013, a casa-museu Maria Mariá participou das atividades da sétima primavera dos museus, programa realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus, órgão ligado ao extinto Ministério da cultura do Brasil.

Fonte de pesquisa: www.br104.com.br/cultura/historia-maria-maria

 

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