Guerreiro Vencedor Alagoano, do mestre Juvenal Leonardo

Mestre Juvenal Leonardo e os brincantes

O grupo foi fundado por Juvenal Leonardo Brandão e Maria Dolores Cassiano. É composto por Mestre, contra-mestre, dois embaixadores, rainha, figuras. O mestre Juvenal foi considerado Patrimônio Vivo e faleceu em 23/05/15. Declarado Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2005, Mestre Juvenal era dono de postura inconfundível à frente da brincadeira. Seja pelo porte altivo, graças à elegância herdada dos pais, Leonardo Jordão de Moura e Doralice Rosa da Conceição, seja pela alegria com que desde os 10 anos de idade iniciou-se nas brincadeiras de Guerreiro, Mestre Juvenal é sem dúvidas figura já eternizada nas memórias e histórias que compõem o imaginário da cultura alagoana.

Mestre Juvenal era natural de Anadia, mas foi em Pilar que, aos 10 anos, confeccionou o chapéu de talo de palmeira e casca de bananeira com uma única fita acima da copa que lhe renderia o posto de mateu no Guerreiro do mestre Artur Bozó. Não parou mais de brincar.Aos 15 anos, começou a dançar nos cordões como bandeirinha e pouco depois, aos 22 anos, formou seu próprio grupo de Guerreiro, em Coqueiro Seco. Algum tempo depois, já residente em Maceió, inicia-se no Guerreiro do afamado mestre João Amado. O Guerreiro Vencedor Alagoano não tardaria a nascer no Vergel do Lago, fruto de grandes amizades.

O mestre Juvenal Leonardo, foi um batalhador incansável em defesa do Guerreiro Vencedor Alagoano. Graças ao saudoso folclorista Ranilson França deu um passo mais a frente e durante algum tempo dava aula aos alunos do Cepa, interessados em conhecer o Guerreiro e dar continuidade a arte. Mas vivemos num mundo diferente e o folclore alagoano não recebeu o apoio devido e vive aos trancos e barrancos, recebendo remuneração que pouco dá para juntar os brincantes.

A nova geração de Alagoas, não se interessa em conhecer suas raízes, dançar e representar o nosso folclore Brasil afora. A cultura de massa, que produz as bandas eróticas desvirtuou o que se chama cultura, por que seu interresse é ganhar muito dinheiro com a cultura de massa. Enquanto isso os brincantes continuam a sua dura luta esperando ser reconhecida. Mas  os verdadeiros mestres como Juvenal Leonardo, que levaram a sério a nossas manifestações folclóricas, estão com idade acima do 70 anos e muitos morreram.

O Guerreiro acabou se desfazendo para renascer na Chã da Jaqueira / Bebedouro, mas tempos depois, acabou voltando para onde tudo começou, no Vergel do Lago, onde os ensaios aconteciam aos sábados e domingos até quando a saúde do mestre permitiu. O mestre sofria com problemas respiratórios e de circulação e, por isso, há alguns meses havia fixado residência em Arapiraca aonde era cercado de cuidados pela família.

Alagoas, com 27 manifestações folclóricas vive do nome. Alguns mestres conseguiram o Prêmio Patrimônio Vivo, outros não tiveram essa oprtunidade e foram para o esquecimento. Mas suas obras até hoje são ouvidas no programa Balançando o Ganzá, aos sabados as 14h, na Educativa FM. Outro programa que divulga ‘Na Sombra do Juazeiro”, todos os sábados das 05.30 ás 08.30h, na Rádio Correio Am 1200 ou pelo aplicativo  RádiosNet do seu celular.

Fonte: Asfopal – Associação dos Folguedos Populares de Alagoas

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