
Sua história começa a partir de 1916 quando as tataravós das irmãs Lopes começaram a cantar e dançar o samba de coco em Arcoverde, cidade chamada de Portal do Sertão. Em 1947, a família foi morar no Cruzeiro, bairro de Arcoverde, onde surgiu o Samba de Coco das Irmãs Lopes de Arcoverde. Dona Joventina Lopes e seus 15 filhos deram início à tradição, e em meados dos anos 50, Ivo Lopes, um dos filhos de Joventina, assumiu a linha de frente do grupo, junto às irmãs. Posteriormente, o Mestre Biu Neguinho, Tonho Moura, Zé Feitosa, Romeiro, Cícero Gomes e outros amigos se juntaram ao grupo. Ivo Lopes faleceu e suas irmãs, as Irmãs Lopes, deram continuidade ao samba de coco, dando origem em 1992, junto à família Calixto, ao Samba de Coco Raízes de Arcoverde. Mistura influências da poesia do sertão e do regionalismo nordestino, com influência das culturas indígena e negra.
Sua sonoridade representa o coco trupé, desenvolvido por Calixto, feito pela batida dos pés com o tamanco no chão de terra e acompanhado pelo triângulo, pandeiro, surdo e o ganzá. A Mazurca antecedeu o ritmo acelerado do trupé, assim como o samba de coco feito com roda, aquele conhecido por Selma do Coco. Por 19 anos, mantém e exalta a tradição da cultura do coco, ritmo nordestino que mistura elementos indígenas, cultura negra e características do sertão. A tradição ganhou força através dos membros da família do Mestre Lula Calixto, falecido em 1999. O xaxado e o samba de roda são outras manifestações presentes em sua obra, marcados pelo triângulo, pelo surdo e pelo pandeiro.
O Festival Lula Calixto, em homenagem a Lula, teve sua primeira edição em frente à casa da família, sem patrocínios, com a presença das Irmãs Lopes, Grupo Afoxé Oyá Alaxé, entre outros. O evento ganhou grande repercussão e passou a ser um evento importante na cidade de Arcoverde, com oficinas, palestras, palcos para apresentações de grupos e artistas de várias regiões. Em 2002, foi lançado o primeiro CD da trupe, com nome homônimo. Em 2004, foi lançado o segundo disco, intitulado Godê Pavão. Foi contemplado com o prêmio Culturas Populares de 2009, promovido pelo Ministério da Cultura. Em 2011, lançou seu terceiro disco de trabalho, e em 2016 uma coletânea em homenagem ao grupo foi editada.
Componentes
SEVERINA LOPES (Mestra e Cantora), AMANDA LOPES (Direção Musical e Surdo), WERNER LOPES (Canto e Dança), NEYDSON LIRA (Canto e Pandeiro), MARCELO CAVALCANTI (Canto e triângulo), AUGUSTO CLEMENTINO (Coro e Pandeiro), FELIPE RODRIGUES (Coro e Ganzá), RENATA CORDEIRO (Canto), DIONE FERREIRA (Coro), GIVANEIDE GOMES (Canto), ARIANE ALMEIDA (Dança), RODRIGO PEREIRA (Dança), RITA DE CÁSSIA (Dança), CARLOS JUNIOR (Dança), DIOGO MACENA (Dança) e WALQUIRIA LOPES (Produção)
Obra
-
A Caravana não morreu
-
A vida tava tão boa
-
Abelha Aripuá
-
Acorda criança
-
Adrenalina
-
Aperto de mão
-
Barra da saia
-
Bote essa menina pra dançar
-
Coqueiro novo
-
Despedida de amor
-
Ê boi
-
É noite de São João
-
Folguedo pra Seleção
-
Folguedos de roda: Pombinho Roxo – Ai baiano – Vou pro sul – Ai velha minha sogra
-
Galinha Zabelê
-
Godê Pavão
-
Loruá
-
Menina rica
-
Não brinco mais
-
No balanço da canoa
-
O amor de bucurau
-
O canto do Uirapuru
-
Olho d’água nos bredos
-
Quero ver no balancê
-
Roseira, oh rosá!
-
Salve Deus
-
Seu Maia
-
Valentim
Discografia
-
(2016) Maga Bo apresenta Coco Raízes do Arco Verde • Kafundó Records • CD
-
(2011) A Caravana não Morreu nem Morrerá • Independente • CD
-
(2002) Godê Pavão • Independente • CD
-
(2000) Coco Raízes de Arco Verde • Independente • CD
-
Fonte de pesquisa: www.dicionariompb.com.br/coco-raizes-de-arcoverde/discografia