Zeza do Coco

Zeza do Coco, mestra do coco alagoano

Maria José da Silva, conhecida como Zeza do Côco, nasceu em 10.07.1955, em Cajueiro – Alagoas, a terra que tem orgulho de oferecer a cultura popular mestres do guerreiro, do côco e embolada, além da beleza do seu artesanato. Como reconhecimento de seu valor foi contemplada como Patrimonio Vivo de Alagoas e teve seu registro no Livro de Tombo nº 05, à folha 26 frente, a partir de 01 de outubro de 2015, conforme a Lei nº 6.513, de 22 de setembro de 2004, alterada pela Lei nº 7.172, de 30 de junho de 2012

 Mestra de coco de roda e pagode de raízes começou a dançar aos cinco anos de idade quando acompanhava seus pais nas tapagens das casas de taipa, em fazendas Zona da Mata Alagoana. Nora da conhecida Mestra Hilda, em 1975 participou da fundação do grupo de pagode “Comigo Ninguém Pode” da mestra Hilda com quem dividiu participações e apresentações em festivais culturais em Alagoas, Ceará, Paraíba e Pernambuco.

O Coco de Alagoas“, que o folclorista José Aloisio Vilela apresentou ao I Congresso Brasileiro de Folclore, alude à versão colhida em Viçosa (Alagoas)  “segundo a qual o Coco teria sido criado pelos negros do famoso Quilombo dos Palmares“.  Ora, Palmares foi uma formação nitidamente Bantu. Reconheceu-a, em primeira mão, o percuciente Nina Rodrigues. Os demais autores o acompanharam neste modo acertado de ver. Se a tradição oral assim, se pronuncia, referindo-se ao Coco, mantendo aquela origem, o paralelo cultural (inclinação pela dança e pela música) entre as sobrevivências e o padrão original não o desmente. É um novo argumento este com que reforço a hipótese de sua origem palmarina.

Zeza do Coco, como a maioria das pessoas que convivem com os folguedos e danças populares, e seus mestres, são místicos que herdaram as tradições dos avós, pais, e mestres populares famosos da Zona da Mata Alagoana. A maioria eram trabalhadores que nos fins de semana mostravam o seu valor, a sua criatividade e alegravam o seu povo. É incrível como pessoas que nunca tiveram a oportunidade de frequentar uma escola conseguem receber mensagens divinas que as transformam em poesia. A cultura popular oferece condições de dias melhores e reconhecimento. O Pagode “Comigo ninguém pode”, da saudosa mestra Hilda Maria, hoje se mantém graças a dedicação de Zeza do Coco. É mais uma mestra que nasceu e vive até hoje no bairro de Bebedouro,mantendo viva as nossas tradições.

Fonte: Asfopal – Associação dos Folguedos Populares de Alagoas e Secult

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