Secult injeta mais de 35 milhões no setor artístico cultural de Alagoas

Ao todo, mais de 2.000 projetos foram contemplados, por meio de editais, em todo estado

Texto de Filipe Martins

Em Alagoas, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AL) foi responsável pela administração de parte do recurso da “Lei de Emergência Cultural – Aldir Blanc”, além da chamada para o auxílio emergencial, a Secult lançou também 17 certames de fomento à cultura, que investiram R$ 33.078.500,00 em diversos setores culturais. São eles: música, artesanato, literatura, cultura e manifestação popular, projetos culturais, pontos, coletivos e espaços culturais, artes visual e digital, artes cênicas, patrimônio e audiovisual. O auxílio renda básica beneficiou o total de 663 pessoas, que receberam parcelas de R$ 600,00 e R$ 1.200,00 (nos casos de monoparentais), totalizando R$2.028.663, enquanto os certames lançados pela Secult contemplaram outros 1.529 proponentes com mais de R$ 33 milhões. Mais de 90% do recurso foram pagos, e o restante está em fase de conclusão.

Uma das idealizadoras do “Transhow” e proponente contemplada por um dos certames, Natasha Wonderful, ressalta a importância de iniciativas como a da Aldir Blanc para a realização de seu trabalho. “Foi uma ótima oportunidade, principalmente para nós que somos artistas trans e não temos nosso trabalho valorizado, com o dinheiro do edital pudemos pagar nosso cachê de forma justa”, afirmou a artista.A secretária de Cultura, Mellina Freitas, destaca a importância da lei para o fortalecimento do setor no estado durante a pandemia, e do papel da Secult na distribuição do recurso. “Trabalhamos árduamente no cadastro para recebimento do auxílio cultural e no lançamento de um pacote de editais. Buscamos desburocratizar os certames que foram construídos em diálogo com a classe artística, demonstrando o compromisso do governo em amparar os fazedores da cultura. Estamos em fase de conclusão do pagamento das premiações, atingindo mais de 90% de efetivação do recurso”, destacou a titular da pasta.Para garantir a democratização do acesso ao recurso no estado, a Secult/AL determinou que todos os certames tivessem 50% das vagas destinadas a proponentes cotistas e regionalistas, contemplando a população negra, indígena, LGBTQIA+, e moradores da região norte, agreste, médio e alto sertão, baixo São Francisco, tabuleiro do sul, Planalto da Borborema e a região serrana dos quilombos. A membro do coletivo SOMOS, Nilda Barbosa, explica que a reserva de vagas “é de fundamental importância, pois existem muitos fazedores de cultura que só esperam uma oportunidade para mostrar seu potencial e contribuir para a cultura”.

A Lei Aldir Blanc

Aprovada em junho de 2020 pelo congresso nacional e posteriormente sancionada pela presidência, a “Lei Aldir Blanc” serviu como um apoio emergencial ao setor cultural durante a crise sanitária ocasionada pela Covid-19, sem as aglomerações de público, a cultura foi uma das áreas mais prejudicadas pela pandemia.  A legislação recebeu este nome em homenagem ao compositor e escritor que morreu em maio, vítima do coronavírus. Ao todo R$ 3 bilhões de reais foram distribuídos entre os estados e o Distrito Federal, para o lançamento de editais, manutenção de espaços culturais e a distribuição de parcelas de auxílio emergencial.

“A Lei Aldir Blanc foi uma medida emergencial que o setor cultural tomou para minorar os efeitos da pandemia na classe artística. Alagoas recebeu cerca de R$ 57 milhões, sendo R$ 33 milhões para o Estado e o restante direto na conta dos municípios, provenientes da nova lei federal de auxílio financeiro aos artistas informais do país durante o período de pandemia do novo coronavírus. Esta foi  uma conquista construída com muitas mãos, um roteiro que uniu todo o país, proporcionando o fortalecimento do setor no estado durante a pandemia”, declarou Mellina Freitas.

Fonte: www.agenciaalagoas.al.gov.br

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