Ponta Grossa, bairro surgiu de um arrebalde de pescadores e reduto de festeiros

O carnaval e os festejos juninos são comemorados intensamente pelos moradores

Surgindo da imaginação festeira de foliões e forrozeiros, o bairro de Ponta Grossa, próxima ao Centro de Maceió, continua preservando sua tradição de reduto do mais popular  carnaval de rua e das mais  animais festas juninas. Seus moradores são alegres, e esquecem a crise durante os dias de festa.

         Com mais de 30 mil habitantes distribuídos em dezenas de rua, vielas e praça, Ponta Grossa  o bairro do saudoso “Moleque Namorador”, um alagoano de São Luiz do Quitunde, famoso carnavalesco, que animava o carnaval do bairro ao som do autêntico frevo pernambucano. Morreu na década de 1940, mas seu nome está imortalizando numa praça, que se tornou o quartel general do frevo popular de Maceió.

        Os moradores de Ponta Grossa fazem questão de enfeitar suas ruas durante o carnaval e o São João, mesmo quando não recebem qualquer contribuição financeira da prefeitura. Todos se unem num só espírito festeiro, e não deixam a tradição morrer.

        Nos primeiros anos do atual século, Ponta Grossa não passava de um arrebalde habitado por pescadores da Lagoa de Mundaú. As ruas foram surgindo com a saída dos moradores da Levada e do Centro, que se transformaram em bairros comerciais. O bairro foi crescendo e hoje se constitui num dos mais importantes da capital. Limita-se com o Prado, Levada, Vergel e Coréia. Perto do Centro, seus moradores pouco utilizam o ônibus. Vão ao mercado da produção e ao Centro a pé. Dispõe de colégios, como Èlio Lemos, o maior da rede cenecista; grupos escolares, como o tradicional 7 de Setembro e outros serviços básicos necessários à população.

Moleque namorador, símbolo de animação     

O carnaval mais popular de Maceió é na Praça Moleque Namorador, no bairro de Ponta Grossa, reduto dos mais autênticos foliões, que seguem a tradição do patrono da praça, como passista vencedor de vários concursos, morto de tuberculose em 1949, mas com seu nome imortilizado no principal centro festeiro do bairro.

      O Moleque Namorador era o apelido de armando Veríssimo Ribeiro, alagoano de são Luiz do Quitunde, que morava na Rua Xavier de Brito, no Prado, mas animava os carnavais de Ponta Grossa, exatamente no largo que deu origem a praça. Era um jornaleiro muito conhecido na cidade nas décadas de 30 e 40, sempre de bom humor e um verdadeiro folião.

      Os moradores continuaram preservando alegria do Moleque Namorador e, fazem o melhor carnaval de rua de Maceió. A praça foi erguida nos anos 60 e tem placa e uma escultura de um passista lembrando seu patrono.

Políticos, carnavalesco e santos são nomes de ruas

As ruas de Ponta Grossa têm nome de políticos, empresários, estudantes e carnavalescos e até de um “santo”, o “Menino Petrúcio”, que morreu prematuramente e tem fama de milagreiro, com seu túmulo no Cemitério de São José sendo visitado a todos os dias pelos devotos.
Segundo o historiador Félix Lima Júnior, em seu livro “Memória de minha Rua”, a Praça Menino Petrúcio construída na administração do prefeito Sandoval Caju, é uma homenagem a um menino simples, de família pobre, que sempre foi considerado uma “alma boa” e morreu ainda criança começando a fazer alguns milagres.

A avenida Silvestre Péricles, mais conhecida como Rua Formosa, e a mais longa do bairro, partindo das proximidades do Vergel do Lago e chegando á Levada, já bem próxima ao Centro. A homenagem é a um dos governadores mais famosos de Alagoas. Tem ainda a Rua Demócrito Gracindo, Félix Bandeira, Manoel Lourenço e várias com nomes de santos. Mas os nomes originais, sempre são lembrados pelos moradores, como Rua dos Timbiras, outra de grande extensão.

Fonte de pesquisa: www.bairrosdemaceio.net/bairros/ponta-grossa

 

RÁDIO CORREIO AM 1200 - MACEIÓ