A palavra “cultura” deriva do verbo “cultivar”, referente à lavoura da terra

Bumba meu boi – Maceió

O antropólogo americano Edward Tylor (1871), foi o primeiro a propor o sentido do termo “cultura” significando o conjunto de conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer capacidade ou hábito adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. Conforme relata Laraia (2009), essa definição abrange todas as possibilidades de realização humana, além de marcar a palavra “cultura” como sendo todo o comportamento aprendido, algo produzido e transmitido socialmente, e não transmitido geneticamente. Portanto, segundo Hofstede (1991), a cultura é adquirida, não herdada. Ela provém do ambiente social do indivíduo, não dos genes. Srour (2005) afirma que a cultura é aprendida, transmitida, partilhada, e não decorre de uma herança biológica ou genética, mas resulta de uma aprendizagem socialmente condicionada (socialização ou endoculturação).

Para Lopes (1995), cultura é o conjunto de transformações, apropriações reinterpretações que o homem realiza junto à natureza. A cultura surge na relação homem natureza. O homem, como ser biológico, prende-se ao âmbito da natureza, porém, os princípios que regem sua conduta, desde o nascimento, prendem-se ao âmbito do social. Ele ocupa uma posição intermediária, seria o elo de ligação entre a natureza e o social. Ele não é somente natureza (com ausência de intencionalidade), e nem somente social(conduta regulada por normas sociais). O que o difere de outros seres da natureza, como as árvores, é a intencionalidade, o trabalho, a transformação, enfim, a cultura. A ideia de queexiste uma natureza humana é importante, pois implica que a posição do homem contémtodos os elementos necessários para o equilíbrio do processo.

Para Hofstede (1991), as diferenças culturais manifestam-se na forma de símbolos, heróis, rituais e valores, representados sob a forma de camadas de uma cebola. Na camada mais externa, estão os símbolos (palavras, gestos, figuras, objetos), que representam as manifestações mais superficiais da cultura. Os heróis (pessoas que servem de modelos) e rituais (atividades coletivas), numa situação intermediária. E os valores (preferir uma coisa a outra), nas mais profundas. Os valores fazem parte das primeiras coisas que as crianças aprendem de forma muitas vezes inconsciente.

A identidade cultural constitui-se em ter os próprios valores culturais. A forma como os pais vivem a sua própria cultura fornece à criança a sua identidade cultural, e esse sentido de identidade dá um sentimento de segurança no contato com outras culturas, conforme diz Hofstede (1991).

A respeito da cultura brasileira, Bosi (1987) afirma que ela não é unitária ou homogênea, ela tem caráter plural. A identidade nacional é resultado de um processo de interações entre cultura popular, de massa e erudita, e também entre culturas ibéricas, indígenas, africanas e migrantes (italiana, alemã, síria, judaica, japonesa, norte-americana).

Fonte: www.unitau.br

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