Localizado na Praça Marechal Deodoro, no centro da cidade de Maceió, Alagoas, o Teatro Deodoro teve sua pedra fundamental lançada no dia 11 de junho de 1905. Projetado pelo arquiteto Luiz Lucariny sua construção ficou sob a responsabilidade do mestre de obras Antônio Barreiros Filho.
Para erguer o Teatro Deodoro foram precisos cinco anos e a sua inauguração, 21 de novembro de 1910, marcou os festejos de 21 anos da proclamação da República. A peça escolhida para essa data foi O dote, de Arthur Azevedo e, em seguida, o monólogo Um beijo, do alagoano J. Brito, encenado pela atriz Lucila Peres, à época de renome nacional. O Deodoro, como tantos outros teatros brasileiros, sofreu com a chegada do cinema ao Brasil, no fim do século XIX: em 1914, foi arrendado a uma firma comercial e transformado em cinema, inclusive apresentando filmes estrangeiros, fato que causou repúdio aos intelectuais da época. Diante da reação, não demorou a voltar à sua finalidade inicial.
Passou por sua primeira reforma em 1933, dentre tantas que sofreu, e ficou fechado até meados de 1934. A ópera A Toscana pela Companhia Lírica Italiana marcou o reinício de suas atividades. Por três anos (1937-1939) foi transformado em depósito.
Reincorporada ao patrimônio do Estado, em 1940, voltou às suas verdadeiras funções.
Em 1954, houve um incêndio no palco e o pano de boca original, trabalho do cenógrafo Orestes Scercoeli, foi atingido. Nos anos de 1946, 1957 e 1975 sua estrutura foi modificada e modernizada e ampliou-se sua capacidade de lotação. Por dez anos (1988-1998) ficou fechado para mais reformas. Dessa vez, para seguir padrões da arquitetura original
O Teatro Deodoro tem 690 assentos e é composto de uma sala de espetáculos em estilo neoclássico com palco italiano, frisas, camarote, poltrona e fosso para orquestra, que é móvel; o teto é detalhado em bronze onde se encontra um belo lustre. O saguão é aproveitado para exposições culturais, e o do lado, é onde se realizam coquetéis e shows. Quando da sua construção, o cenógrafo italiano Oreste Scercoeli fez a pintura do mural do salão nobre – posteriormente denominado Heckel Tavares (compositor, maestro e arranjador brasileiro) – e a cortina da boca de cena, nela retratando a Cachoeira de Paulo Afonso. Em 1946 e 1957, a pintura do salão sofreu restaurações que em muito afetaram a sua originalidade.
O salão nobre já abrigou a Biblioteca Pública, a Câmara dos Vereadores de Maceió e a Justiça Federal, bem como bailes oficiais e banquetes e/ou recepções do governo do Estado, além de servir às diversas manifestações artísticas de Alagoas
Ao longo de um pouco mais de um século de existência, o Deodoro recebeu atores, companhias teatrais e grandes nomes da música popular e erudita. Entre eles, destacam-se: Italia Fausta (considerada um dos mais importantes nomes do teatro brasileiro da primeira metade do século XX); Cia. Lírica Italiana; Bidu Sayão (soprano brasileira); Teatro de Amadores de Pernambuco; Procópio Ferreira; Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra; Companhia Eva Tudor; Rodolfo Mayer; Bibi Ferreira, Pachoal Magno, Fernanda Montenegro, Antonio Carlos e Jocafi, Caetano Veloso, Gal Costa, Egberto Gismonti, Arthur Moreira Lima.
FONTES CONSULTADAS:
TEATRO Deodoro. Disponível em: <http://www.teatrodeodoro.al.gov.br/historia.htm>. Acesso em: 26 abr. 2012.
TEATRO Deodoro. [Foto neste texto]. Disponível em: <http://maisalagoas.uol.com.br/mais.asp?id=teatrodeodoro>. Acesso em: 26 abr. 2012.
TEATRO Deodoro. In: REINALDO, Francisco; BARROS, Amorim de. ABC das Alagoas. Dicionário Biobibliográfico, Histórico e Geográfico de Alagoas. Brasília: Senado Federal, 2005. Tomo 2 G-Z. p. 616.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: BARBOSA, Virgínia. Teatro Deodoro, Maceió, AL. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco. Recife.