Metamorfose: Lições que vão além da borboleta

Borboleta

Confesso que sempre achei um pouco brega relacionar momentos de transformação com uma borboleta. Parecia algo bobo e superficial. Mas ultimamente me pego pensando sobre esse assunto. Não sei muito bem o motivo. E o mais engraçado é que o que tem me chamado mais atenção nessa história toda de borboletas é algo, aparentemente, muito sem graça: o casulo.

Nesse processo de metamorfose o que nos fascina é como uma coisinha tão feia como uma lagarta pode se transformar em algo tão encantador como uma borboleta. Diante dessa incrível transformação, pouco importa onde tudo isso acontece. Por isso é natural que o casulo não nos desperte nenhum tipo de admiração. Mas quando parei para pensar sobre isso, sabe-se lá porque, comecei a perceber que existem lições interessantes desse episódio do mundo dos insetos que podemos aplicar ao mundo dos humanos:

Não é possível encontrar casulos prontos. Para se transformar em borboleta a lagarta tem que “construir” seu próprio casulo. Não se pode pegar emprestado, comprar um novo ou simplesmente pedir para que outra lagarta faça isso por ela. Já perdi a conta de quantas pessoas insatisfeitas e querendo “mudar de vida” eu conheci, mas pouquíssimas realmente perceberam que não é possível mudar sem agir. É preciso parar de iludir-se. Achar que um dia vamos encontrar uma fórmula pronta, um guru mágico e que tudo vai se resolver.

Um casulo é construído sem saber que borboleta irá sair dali. Duvido que uma lagarta saiba qual a cor e o tamanho que suas asas de borboleta vão ter. Me arrisco até a dizer que ela nem tem certeza se será capaz de voar. E mesmo com essa incerteza ela constrói o seu casulo. Muitas vezes, ficamos estagnados por medo de errar ou por desconhecer o que podemos nos tornar. Optamos por seguir com aquilo que é seguro, mesmo tendo certeza que não era isso que queríamos. Assim como as lagartas nós também precisamos tomar uma decisão para evoluir. Ou entramos no casulo e corremos o risco de virar uma borboleta diferente do que imaginávamos. Ou não entramos no casulo e vivemos “tranquilamente” com a certeza de que seremos sempre lagartas. O que você prefere?

Pode-se viver mais tempo dentro do casulo do que fora, como borboleta. Esse é um risco que toda a lagarta corre. Precisamos aprender a aceitar que as mudanças em nossas vidas não acontecem de uma hora para outra. É importante respeitar o tempo que o processo leva e buscar valorizar as pequenas transformações. Aproveitar a jornada pode ser mais importante do que chegar ao ponto final, pois durante esse caminho nos conhecemos melhor e podemos, até, decidir mudar de direção.

Dentro do casulo só cabe uma lagarta. Dentro do casulo, vive-se só. É muito comum usarmos outras pessoas como desculpas. Filhos, pais, maridos e esposas viram motivos de porque não podemos mudar. As grandes transformações só acontecem quando são genuínas. Quando acreditamos que aquilo realmente é o que nós queremos. Não é a toa que o casulo pressupõe um isolamento. É preciso ter coragem para olhar para dentro e reconhecer o que é, verdadeiramente, melhor para você.

E lembre-se uma hora é preciso abandonar o casuloUm casulo não é uma prisão. Acredito que no fundo todos querem voar. Mas poucos estão dispostos a construir um casulo.

E você? Suas asas um dia vão bater?

Fonte: www.thesunjar.com

RÁDIO CORREIO AM 1200 - MACEIÓ