Poeta Jorge de Lima

(União dos Palmares, 23 de abril de 1893 – Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1953)

Poeta e escritor Jorge de Lima

Jorge Mateus de Lima foi poeta, romancista, artista plástico (pintor, desenhista, ilustrador e escultor), ensaísta, médico, político e professor. Filho de um rico comerciante e senhor de engenho de antiga linhagem local. Em 1902, muda-se, com a mãe e os irmãos, para Maceió, onde realiza os estudos fundamentais no Instituo Alagoano. Transfere-se para Salvador em 1908 e ingressa na Faculdade de Medicina da Bahia. No terceiro ano do curso, vai morar no Rio de Janeiro, onde conclui o curso e se forma em 1914. Nesse mesmo ano, publica seu primeiro livro – XIV Alexandrinos. Durante seus estudos, escreve e publica poemas em pequenos jornais, dentro e fora das escolas que frequenta. Em 1915, volta para Maceió, onde passa a clinicar, atendendo em consultório próprio, ao mesmo tempo que se dedica à literatura.

Em 1921 é eleito Príncipe dos Poetas Alagoanos. Enquanto trabalha como professor de história natural e depois de literatura brasileira em colégios de Maceió, envolve-se com a política local e ocupa os cargos de vereador  e deputado estadual, exercendo o cargo entre 1919 e 1922. Inicia-se nas artes plásticas ilustrando o livro O Mundo do Menino Impossível no ano de 1927. Com a Revolução de 1930, abandona temporariamente a carreira política e resolve radicar-se de vez no Rio de Janeiro. Em 1931, monta consultório médico na Cinelândia, centro da cidade, que funciona também como ateliê de pintura, além de se tornar um famoso ponto de encontro de artistas e de intelectuais como Murilo Mendes (1901-1975), Graciliano Ramos (1892-1953) e José Lins do Rego (1901-1957). Converte-se ao catolicismo em 1935.

Em 1939 passa a se dedicar também às artes plásticas, participando de algumas exposições e aprimora-se frequentando o ateliê da pintora Sylvia Meyer (1889 – 1955). Nesse mesmo ano, pinta a sua primeira tela Quadro com Mulher ou Mulher Sonhando. Em paralelo, continua dedicando-se à literatura e publica, entre outros, Poemas Escolhidos, 1932; o romance surrealista O Anjo, 1934; Tempo e Eternidade, 1935, dedicado a Ismael Nery (1900 – 1934); Quatro Poemas Negros, 1937; A Túnica Inconsútil, 1938; A Pintura em Pânico, álbum de fotomontagens com prefácio de Murilo Mendes, 1943; e Invenção de Orfeu, 1952. É homenageado com o Grande Prêmio de Poesia, em 1940, concedido pela Academia Brasileira de Letras – ABL. Meses antes de morrer, em 1953, grava poemas para o Arquivo da Palavra Falada da Biblioteca do Congresso Americano em Washington D.C., Estados Unidos. Após sua morte, o poema O Grande Circo Místico dá nome a um espetáculo de dança de Naum Alves de Souza e a um disco, incluindo músicas de Edu Lobo e Chico Buarque, em 1983.

Obras publicadas – primeiras edições

Poesia

XIV Alexandrinos – 1914

O Mundo do Menino Impossível – 1925

Poemas – 1927

Essa Negra Fulô – 1928

Novos Poemas – 1929

Poemas Escolhidos – 1932

Tempo e Eternidade (em colaboração com Murilo Mendes) – 1935

A Túnica Inconsútil – 1938

Poemas Negros – 1947

Livro de Sonetos – 1949

Vinte sonetos – 1949

Obra Poética – 1950 – com a inclusão de Anunciação e Encontro de Mira-Celi

Invenção de Orfeu – 1952

Castro Alves. Vidinha – 1952

Romances

Salomão e as Mulheres – 1927

O Anjo – 1934

Calunga – 1935

A Mulher Obscura – 1939

Guerra dentro do Beco – 1950

Ensaio, história, biografia

A Comédia dos Erros -1923

Dois Ensaios – Proust e Todos Cantam sua Terra – 1929

Anchieta – 1934

Rassenbildung und Rassenpolitik in Brasilien (Formação e política raciais no Brasil) – 1934

Biografia de Alexandre José de Melo Morais – 1941

Vida de São Francisco de Assis – 1944

Vital – 1945

Vida de Santo Antonio – 1947

Infantil e juvenil

História da Terra e da Humanidade – 1937

Aventuras de Malazarte – 1942

Traduções e edições estrangeiras

Alemão

Rassenbildung und Rassenpolitik im Brasilien. Leipzig: Adolp Klein, 1934.

Espanhol

Poemas. Tradução J. Torres Oliveros e R. Arechavaleta. Buenos Aires: Raigal, 1956.

Calunga. Tradução Ramón Pietro. Buenos Aires: Editorial Americale, 1942.

Esa Negra Fuló y otros poemas [Essa Nega Fulô e Outros Poemas]. Tradução Gastón Filgueiras. San Rafael: Mendoza, 1949.

Anunciación y Encuentro de Mira-Celi. Buenos Aires: Sociedad Editorial Latino-Americana, 1950.

La Invención de Orfeo: 30 Sonetos [Invenção de Orfeu: 30 Sonetos]. Tradução Antonio Cisneros. Lima: Centro de Estudios Brasileños, 1979.

Antología Fundamental de Jorge de Lima. Tradução Francisco Cervantes. México: Universidad Autônoma Metropolitana, 1989.

Italiano

Invenzione di Orfeo [Invenção de Orfeu]. Tradução Ruggero Jacobbi. Roma: Abete, 1982.

Exposições Individuais

1946 – Rio de janeiro RJ – Exposição individual, na ABI

1951 – Recife PE – Individual, no Gabinete Português de Leitura

Exposições Coletivas

1942 – São Paulo SP – 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 – Rio de Janeiro RJ – 50º Salão Nacional de Belas Antes – Divisão Moderna

1944 – Rio de Janeiro RJ – 51º Salão Nacional de Belas Antes – Divisão Moderna

1947 – Rio de Janeiro RJ – 52º Salão Nacional de Belas Antes – Divisão Moderna – menção honrosa

1948 – Rio de Janeiro RJ – Salão de Artes Plásticas da Sociedade Brasileira de Belas Artes – menção honrosa

1949 – Rio de Janeiro RJ – 54º Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna – menção honrosa

1951 – São Paulo SP – 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1953 – Rio de Janeiro RJ – 2ª Salão Nacional de Arte Moderna

Exposições Póstumas

1962 – Recife PE – Retrospectiva na Galeria Rozemblit, apresentada por Vicente do Rego Monteiro

1981 – Maceió AL – Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico

1983 – Estréia do espetáculo de dança O Grande Circo Místico, baseado no poema homônimo de Jorge de Lima, com roteiro de Naum Alves de Souza e coreografia de Carlos Trincheiras, pelo Ballet Guaíra

1983 – Rio de Janeiro RJ – Gravação do disco O Grande Circo Místico, com músicas de Edu Lobo e letras de Chico Buarque baseadas no poema de Jorge de Lima

1985 – São Paulo SP – 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1990 – São Paulo SP – Arte e Medicina, na Sadalla Galeria de Arte

1993 – São Paulo SP – 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP

1998 – Rio de Janeiro RJ – 16º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

2002 – Porto Alegre RS – Apropriações e Coleções, no Santander Cultural

2003 – Maceió AL – “50 Anos de Saudades”, no MISA – Museu da Imagem e do Som de Alagoas

 Fonte:  www.itaucultural.org.br

 

 

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