Lourinho do Pandeiro

Lourival Severo de Oliveira, conhecido como Lourinho do Pandeiro, é mais um personagem  importante da nossa cultura popular. Nasceu no dia 20 de outubro de 1939, no povoado Branca de Atalaia, Atalaia – Alagoas. Filho de Honorato Severo de Oliveira e de Joana Maria da Conceição. Aos sete anos de idade começou a sua jornada lá mesmo no seu povoado como pastor no Pastoril do Seu Sebastião e também no Pastoril da Mestra Julita, e seguiu na jornada por cinco anos. Aos 12 anos, com toda sua agilidade com os versos e determinação para vencer e ser reconhecido,  começou a dançar e cantar Sulandá, espécie de embolada:

Ou sulandá, a  sulandá não me deu

Sulandei, a sulandá não me dá,

Sulandá

Com este aprendizado iniciou a sua caminhada cantando e dançando o chamado “ Pago de barreiro “, pagode cantado na tapagem de casa de taipa. “ Quando tinha um pagode na região, chamavam a gente para brincar e dançar em Atalaia e nas Fazendas Gavião, Assunção de Maria, Arrancador e Estrela. Era só festa e animação, tempo bom de se viver “

Posteriormente, Lourinho, como era conhecido no meio artístico, passou a cantar, durante vários anos, com o embolador, Juca Deoclécio, nome grande na Branca de Atalaia e também, o grande cantador Elizeu, da Fazenda Pirajá.

Depois de vários anos cantando nas cidades, fazenda, e povoados, veio tentar sorte em Maceió, onde conheceu os famosos mestres Manoel Venancio e Mário Verdelinho, do Guerreiro Alagoano e especialistas no coco de roda e embolada. Conheceu também a maioria dos mestre dos nossos folguedos e aprendeu muito com eles. Foi amigo e admirador do saudosos folcloristas Pedro Teixeira e Ranilso França.

Hoje, depois de anos cantando suas emboladas, está muito triste com o falecimento de muitas referências culturais de Alagoas.

Mesmo com as dificuldades da terceira idade, ainda canta e rima seus versos:

Eu estou aqui achando bem melhor

Eu aqui tenho amigo e freguês

Saí da terra que nasci e me criei

Vim morar num bairro de Maceió

Eu estou morando no Paraíso do Horto

Porque de lá não deixei de cantar

Sempre lá gostei de improvisar

Prá morar na Branca, não volto mais.

Fonte: Asfopal – Associação dos Folguedos Populares de Alagoas e Acervo Marcos Lima

 

 

 

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