Na Fazenda Barro Branco, no municipio de Viçosa , interior do estado de Alagoas. Foi neste local que nasceu João Galdino da Silva, conhecido como o mestre Bia, no dia 4 de maio de 1932. Filho de Sebastião Galdino e Maria Zulmira. Bia, como a maioria das pessoas da zona rural, a roça é o primeiro aprendizado. Mesmo assim, devido a sua vocação veio dar os primeiros acordes na Taboca na década de 50, sempre como pifeiro e cabeça da banda.
A primeira vez que Bandinha de Pifano Esquenta Mulher saiu para uma apresentação na cidade, foi marcada por um fato que guarda na lembrança até hoje. Na volta para casa, viu tudo no chão destruído em decorrência de uma forte chuva. Passou daí por diante bastante tempo dividindo sua morada com os animais ( bois e vacas ), uma morada improvisada na estrebaria.
Foi a luta e casou-se a primeira vez em 1952, com Maria do Carmo. Segundo o mestre “como não existia televisão o divertimento do matuto era fazer menino”. Deste matrimônio vieram 18 filhos. Do segundo casamento, com Dona Carmelita, nasceram quatro e da mulher atual Dona Aparecida, nasceram mais quatro. Na soma total são 26 filhos, que de um modo geral causa espanto, mas no Nordeste real os nativos acham a situação normalíssima.
Mestre Bia, durante toda sua carreira artística faz pequenas apresentações em Viçosa, Maceió e todo interior. Do grupo muitos deixaram ou viajaram para a eternidade. Hoje é formado por jovens que ele mesmo ensinou a técnica e o bom manejo do Pife. É chamado sempre para acompanhar as cavalhadas que recriam os torneio medievais e as batalhas entre cristãos e mouros. No Nordeste é sempre acompanhado pela bandinha de Pifano, acompanhando todo ritual.
Esperando dias melhores para sua querida Viçosa, conhecida como “Atenas Alagoana”, que já deu filhos ilustres como Théo Brandão, José Aloísio Vilela, Teotonio Vilela e o próprio Mestre Bia, sonha por dias melhores e esperança que os mestres que defendem e divulgam a cidade, através dos cantos e da oralidade, tenham mais atenção das autoridades que comandam o município.
O Mestre Bia foi contemplado como Patrimônio Vivo de Alagoas, com o registro: Livro de Tombo nº 05, à folha 20 frente, a partir de 19 de agosto de 2010, conforme a Lei nº 6.513, de 22 de setembro de 2004, alterada pela Lei 7.172 de 30 de junho de 2010.
Fonte: http://www.cultura.al.gov.br e www.nasombradojuazeiro.com.br
