Nasceu no município de Palmeira dos Índios (AL), no dia 05 de fevereiro de 1932, filho de Habito Abdias Bomfim e de Francisca Belarmino Bomfim.
Seu amor pela cultura popular começou aos oito anos dançando no reisado da mestra Zefa Bispo e no guerreiro da mestra Joana Gajuru do qual aos doze anos foi mestre.
Dançou e muito aprendeu com grandes mestres como, Adelmo Vieira/Atalaia e o mestre Zé Pequeno/Maceió. Participou, por vários anos, do guerreiro “Barreira Pesada”, coordenado por sua filha Iraci, no bairro da Chã da Jaqueira, onde reside.
“Dos meus nove filhos, oito participam da brincadeira: meu filho Cícero faz os chapéus e os adereços e brinca na figura do Índio Peri, a minha filha Quitéria, que tem um bonito trupé, costura e borda toda a indumentária, minha neta Nadja, com apenas onze anos, sabe toda a parte da Estrela de Ouro e a Creuza, minha mulher, é a rainha de dentro de casa e do guerreiro”, diz orgulhoso o mestre Nivaldo.
Com a mudança da filha Iraci para o interior do estado se viu obrigado a formar seu próprio grupo. “Formei, há seis anos, o guerreiro “Campeão do Trenado” e dei esse nome em homenagem ao meu grande amigo e mestre de guerreiro, Francisco Jupi, que tinha o apelido de “Campeão Trenado”.
Mestre Nivaldo Abdias era um dos poucos mestres que mantinham a tradição de sair com seu grupo, em caravana, durante o período natalino, percorrendo alguns municípios do estado, fazendo apresentações. “É uma verdadeira aventura. Saímos sem destino certo, na maioria das vezes sem nenhum acerto de apresentação, arranchados em lugares cedidos pelas autoridades do lugar ou embaixo de um pé de pau. As vezes passamos de dois a três meses nessa peregrinação, tem gente que ate troca de mulher”.
Em 2005, Mestre Nivaldo foi declarado Patrimônio Vivo de Alagoas, registrado no livro do registro do Patrimônio Vivo, do estado de Alagoas. Em 2007, seu afamado guerreiro “Campeão do Trenado” foi contemplado com o prêmio de Culturas Populares, “ Mestre Duda, Cem Anos de Frevo”, do Ministério da Cultura. “Não tenho medo da minha brincadeira acabar, o guerreiro está no sangue da minha família, com a minha morte, com certeza, meus filhos e netos vão continuar”.
Mestre Nivaldo Abdias, carregava e mantinha uma grande família. Tudo que conseguiu foi através do Guerreiro Alagoano, de suas apresentações na capital e a famosa viagem pelo Agreste Alagoano na época do Natal As andanças começavam em Atalaia, Maribondo, Anadia, Taquarana, Arapiraca e as principais cidades da região, além dos povoados. Sua missão de grande mestre agradava em cheio ao povo, e as brincadeiras muito mais. Cumpriu sua missão aqui na terra e será abençoado por tudo de bom que fez aqui.
Fonte: Asfopal – Asssociação dos Folguedos Populares de Alagoas