Joquinha Gonzaga

O talento de Joquinha Gonzaga

No final da década de 1940, o “Rei do Baião” Luiz Gonzaga trouxe seus pais Januário José dos Santos do Nascimento e avó Ana Batista de Jesus Gonzaga do Nascimento; suas irmãs Geni, Muniz, Chiquinha Gonzaga e Socorro e seus irmãos Severino Januário, Zé Gonzaga e Aluízio para morar seu sítio no bairro Santa Cruz da Serra em Duque de Caxias-RJ.

O local ficou conhecido como “Sítio dos Gonzaga”, em que eram realizadas grandes festas como Casamentos, Batizados, Aniversários e Novenas, sempre regada com comidas típica do Nordeste como carne de sol, galinha de capoeira, buchada, baião de dois e macaxeira, e no final dessas festas tinha que ter forró com os artistas presente como, o próprio Gonzagão, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga, DominguinhosMarinês, Abdias, Trio Nordestino, Noca do Acordeon, Severino Januário, Sivuca entre outros.

Foi nesse ambiente que no dia 01 de abril de 1952 nasceu João Januário Maciel, o primeiro filho de Raimunda Januário (Dona Muniz) a segunda das mulheres irmã de Luiz Gonzaga. João era carinhosamente chamado de “Joquinha”, ele aos 12 anos de idade ganhou do seu tio Luiz Gonzaga, uma sanfona de oito baixos ou pé de bode como é chamado no sertão do Nordeste. Após um ano aprendendo tocar o instrumento, o tio Luiz presenteou um Acordeon de 80 baixos que era adequado para quem começa a cantar e Gonzagão sugeriu que seu sobrinho usasse como nome artístico “Joquinha Gonzaga”.

Joquinha Gonzaga começou sua trajetória musical nos anos 1960 no Rio de Janeiro, tocando em escolas, clubes, casa de Forrós e no próprio “Sítio dos Gonzaga”, onde quase todos os domingos tinha arrasta-pé com a família Gonzaga e Amigos Sanfoneiros. Em 1970 prestou serviço Militar durante quatro anos, saindo em 1974, a partir de 1975 passou a viajar por todo Brasil atuando como sanfoneiro com seu tio Luiz Gonzaga“Ti Gonzaga”, como ele o chamava, ensinava alguns macetes do mundo da música ao sobrinho, principalmente a velha e famosa puxada de fole que só Gonzagão sabia fazer na sanfona, para Joquinha Gonzaga, ele foi um pai, patrão, irmão, colega de trabalho, amigo, professor e confidente, Luiz Gonzaga foi seu grande incentivador

Em 1985 “Amei à toa”, melodia de Joquinha Gonzaga e letra de João Silva, primeira composição foi gravada por seu tio Gonzagão. Em 1986 como sanfoneiro, viajou para França em turnê com vários artistas: Djavan, Alceu Valença, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Fafá de Belém e outros. Em 1987 gravou seu primeiro disco pela gravadora Top-Tape, teve o prazer de ter como produtor musical, o saudoso João Silva, que foi o compositor e parceiro que mais fez músicas com Luiz Gonzaga. Em 1988 Luiz Gonzaga convidou Joquinha para participar de seu disco intitulado “AÍ TEM”, na gravadora RCA cantando “Dá licença pra mais um”, composição de João Silva, foi sua maior alegria como profissional.

Em no início de 1989 Luiz Gonzaga participou do disco de Joquinha pela gravadora Copacabana Disco cantando duas músicas. Gonzagão faleceu em 2 de agosto e em Dezembro do mesmo ano Joquinha Gonzaga, Dominguinhos, Gonzaguinha e o povo de Exu inauguraram o “Museu Luiz Gonzaga” em Exu-PE. Em 1990 se mudou para Exu-PE e junto com seu primo Gonzaguinha, deram continuidade ao sonho do “Rei do Baião”, conservando o Parque Asa Branca para a visitação de todos seus fãs.

Em 29 de abril de 1991 morre Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (Gonzaguinha), em um acidente no Paraná aos 45 anos de idade, a partir daí, Joquinha Gonzaga ficou desnorteado, sem saber o que fazer, mas manteve a vontade de junto com o povo Gonzagueano, seguir sua carreira de forrozeiro como sobrinho de Gonzagão, neto de Januário e primo de Gonzaguinha, é o que ele está fazendo até hoje.

Joquinha Gonzaga segue gravando um disco de dois em dois anos, fazendo shows culturais, contando histórias e causos de seu tio Luiz Gonzaga, fazendo a festa de nascimento de Gonzagão no dia 13 de Dezembro e de morte no dia 2 de Agosto (Festa da Saudade) em Exu-PE. Fazendo shows nas festas juninas em todo Nordeste e no Rio de Janeiro e São Paulo nas casas de Forrós, para matar a saudade dos nordestinos que por muito tempo estão longe da sua cidade natal.

Por Antônio Carlos da Fonsêca Barbosa

Fonte: www.ritmomelodia.mus.br

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