Maria Mariá de Castro Sarmento foi uma palmarina ilustre que sempre defendeu a preservação do patrimônio histórico e cultural de sua cidade. Conhecida como dicionário ambulante, devido ao seu conhecimento da Língua Portuguesa, Maria Mariá foi professora, jornalista e historiadora. Nasceu aqui mesmo em União dos Palmares, Alagoas, na localidade do povoado da Usina Laginha, no dia 16 de junho de 1917, seu pai foi o tabelião Sílvio de Mendonça Sarmento e sua mãe Ernestina de Castro Sarmento.
A professora ingressou no serviço público em 1943, estagiando no povoado da Fazenda Santo Antônio. Em 1944 foi nomeada diretora do Grupo Escolar Jorge de Lima. O espírito ousado de Mariá fez com que o governador Muniz Falcão a transferisse para a Escola Professor Loureiro, em Murici. Mariá comentava em seus artigos os fatos negativos do governo Falcão e, além disso, a professora jogava sinuca, tocava violão muito bem, vestia calça e saias curtas nos anos 50.
Mas, a gota d’água para a transferência de Mariá para Murici foi uma foto em que a professora posava de maiô, um escândalo para a época. Os alunos de Mariá exigiram a volta dela e como forma de protesto não foram à escola durante três dias, até a professora retornar, sendo recepcionada na estação ferroviária ao espocar de foguetes e ao som de bandas de música. Mariá morreu solteira com 76 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 1993, no casarão de número 65 da Rua Correia de Oliveira.
Até então, só os íntimos conheciam as raridades que ela colecionou ao longo de sua existência. Após sua morte, a residência foi transformada na Sociedade Casa Cultural Maria Mariá.
Autor: Paulo de Castro Sarmento Filho.
Fonte: PALMARINOS ILUSTRES (IN MEMORIAN) – Série Memórias de Nossa Terra, 2005.