Origem do cordel

Livretos populares dos Cordelistas do Nordeste

O cordel por ser uma poesia popular teve sua origem no século XVI com Renascimento, através dos cantadores, que depois passaram escrever poesias, sendo que com a invenção da tipografia, as lendas, poemas, romances, contos, fabulas, parlendas e outras criações foram impressas e vendidas nas feiras livres. Nas tipografias haviam sempre um mestre que possuía a palavra final das criações, em que havia os familiares que trabalha na produção. Essa cultura era utilizada por gente que não pertenciam a burguesia.

Segundo Maxado (2012) havia três lugares que começaram a introduzir a literatura popular, ou seja, ao sul da França, ao norte da Itália e ao norte da Espanha, Galícia. Esses três lugares eram onde havia a concentração de poetas nômades. Mas foi em Portugal que passou a ser desenvolvido, sendo vendido e propagado nas feiras, sendo um meio de recursos para muitas pessoas. No Brasil essa arte chegou através da Família Real, em Salvador, mas como a capital mudou-se para Rio de Janeiro, foi lá o inicio da criação de tipografias que passaram a propagar esse oficio para muitas pessoas.

Podemos destacar também a literatura popular em outros países como em países africanos, como a Nigéria que possui uma grande literatura popular crioula, em que é apresentada em forma de peças de teatro, que podemos destacar trabalhos como: Steps for the freedom of Nigeria, que conta a historia dos passos da independência da Nigéria; O engraçadíssimo The Trial of Hitler, reporta a história do chefe nazista julgado na Nigéria; The last days of Lumumba, que retrata os últimos dias de Lumumba líder anticolonialista do exCongo Belga; Sylvanus Olympio, destaca o libertador e presidente assassinado da república do Togo.

Com a invenção da imprensa em 1450 na Europa, inicia as primeiras impressões de versos populares. Na cidade de Troyes, em 1483, na França passa produzir numerosos folhetos populares. Os livretos como eram chamados possuía a denominação de Bibliothèque Bleue (biblioteca azul), reportando as capas de folhetos. Havia como características que “vendedores dos livretos costumavam carregá-los numa caixa diante do peito, prendendo-a com uma corda que passava pela nuca (como alguns camelôs de nossos dias)” (JOSEPH, 2007, p. 36). Essa parte da história é bem retratada, pois essa forma de vender os cordéis em corda de barbante era comum. O mesmo autor afirma que na cidade de Troyes foram publicados aproximadamente 1500 títulos, em comparação ao Brasil, foi pouco, pois no Brasil foram publicados entre 15mil a 20 mil.

Na Inglaterra a literatura de cordel foi expressiva, sendo comparada com a França, que houve produções em verso e em prosa, sendo percebida no final do século, passado o desaparecimento dessa literatura. Ainda, essa literatura foi confundida como obras ou novelas de escritores famosos daquele período. Esse tipo de produção foi expandido para os demais países britânicos. Segundo Jopeph (2007, p. 38) cita que

Na Península Ibérica que vem o nome literatura de cordel, pois os livretos eram expostos em lugares públicos, pendurados em barbantes. No Brasil, o costume sempre foi expor os folhetos no chão, sobre folhas de jornal ou dentro de uma mala aberta. Isso permitia ao vendedor poder evadir-se rapidamente quando aparecia algum guarda ou fiscal. Mesmo assim, os estudiosos persistiram no nome literatura de cordel, e, hoje, dificilmente alguém a chama por outro nome.

Como bem foi descrito pela citação abaixo, os livretos que foram vendidos em ambientes públicos, ligados aos barbantes. Em outros lugares como Brasil, foram expostos no chão ou dentro de malas abertas, temendo algum guarda ou fiscal, pois pensavam que assim facilitaria desloca rapidamente. Houve tentativas de mudanças quanto seu nome, mas os estudiosos foram valentes em deixar literatura de cordel.

Fonte: www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/45157/1/2016_eve_ccsousa.pdf

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