Téo de Azevedo

Téo Azevedo

Cantor. Compositor. Violeiro. Repentista. Declamador de poesia matuta. Escritor. Folclorista. Radialista. Produtor fonográfico. Nasceu na localidade de Alto Belo, município de Bocaiúva, norte de Minas, localizado entre os vales dos rios Jequitinhonha e São Francisco. Seu pai, Teófilo Izidoro de Azevedo, conhecido como “Seu Tiófo”, foi lavrador, aboiador, ferreiro, tropeiro, pequeno comerciante, folião de reis, seresteiro, cantador popular e repentista. Foi um violeiro legendário, mesmo com apenas um braço, pois o outro foi perdido acidentalmente com um tiro de espingarda durante uma caçada a veados. A lenda de “Seu Tiófo” virou tema do poema “Viola de bolso” de Carlos Drummond de Andrade. Em 1951, a família Azevedo mudou-se para o interior de São Paulo em busca de melhores condições de vida. No mesmo ano, porém, “Seu Tiófo” morreu ao contrair febre tifóide e a família teve de regressar para Alto Belo no antigo trem baiano da Central do Brasil com destino a São Paulo. Com as dificuldades atravessadas pela família, Téo Azevedo somente pôde concluir o primeiro ano do curso primário e aos oito anos de idade, com a família morando em Montes Claros, MG, começou a trabalhar como engraxate para ajudar a mãe, dona Clemência. Por esta época começou a cantar repentes, participando de concursos de calouros em circos e parques. Com nove anos começou a acompanhar o camelô pernambucano Antônio Salvino, vendedor de remédios caseiros à base de ervas, em feiras do interior, cantando calangos, atividade que exerceu até os 14 anos. Separando-se de Salvino, continuou a produzir e a apresentar repentes em diversas feiras.

Aos 16 anos foi de carona para Belo Horizonte, passando a apresentar-se nas ruas como repentista. Nessa ocasião chegou a ser preso por vadiagem. Apresentou sua defesa cantando um repente em que dizia que é um crime prender um cantador, o que acabou por lhe valer um espécie de salvo-conduto para continuar a cantar nas ruas da capital de Minas Gerais. Aos 17, iniciou-se como lutador de boxe, chegando a consagrar-se tri-campeão mineiro no início dos anos 1960. Por essa época começou a freqüentar diversas casas de shows em Belo Horizonte, onde também se apresentava cantando repentes. Criou então um estilo de dançar gafieira, batizado pelo sambista Kalu de “puladinho”. Foi também um dos três fundadores da escola de samba Unidos do Guarani. Por essa época participou do conjunto de shows e bailes Léo Bahia e os Embalos.

Dados Artisticos

Em 1965, gravou no estúdio Discobel seu primeiro disco, interpretando a música de domínio público “Deus te Salve, Casa Santa” para a qual compôs mais três estrofes e mudou a melodia tradicional cantada no norte de Minas. No mesmo período apresentou-se fazendo a abertura de shows de variados artistas, tais como Caxangá e Vicente Lima, e Zé Brasil, que se apresentavam em circos e praças públicas.
Em 1968, foi escolhido O Melhor Compositor Mineiro do Ano pelo cronista Gérson Evangelista, do jornal mineiro “O Debate”. No ano seguinte,  mudou-se para São Paulo. Na capital paulista aprendeu todas as modalidades de cantoria do Nordeste com o cantador alagoano Guriatã de Coqueiro. Apresentou-se como cantador nas ruas de São Paulo, correndo o chapéu entre os ouvintes. Cantou sextilhas com o iniciante Alceu Valença na Feira de Arte da Praça da República, criada por Antônio Deodato, alagoano conhecido como Deodato Santeiro. Daquela Feira de Arte participavam diversos cantadores e cordelistas, entre os quais Maxado Nordestino, Sebastião Marinho e Coriolano Sérgio. Em São Paulo tornou-se também parceiro de Venâncio, da dupla Venâncio e Curumba, de quem tornou-se amigo. Em 1978, lançou o disco “Brasil, Terra da Gente”, no qual gravou, entre outras composições, “Viola de bolso”, uma transposição para folia de reis de versos de Carlos Drummond de Andrade. No mesmo ano, foi vencedor do Primeiro Festival de Música Sertaneja promovido pela Rádio Record de São Paulo com a toada “Ternos pingos da saudade”, feita em parceria com o poeta Cândido Canela. Além do prêmio de melhor melodia e de melhor letra, recebeu também o prêmio de melhor interpretação. No ano seguinte, participou da abertura da Feira do Livro na Praça Sete de Setembro, sendo convidado em seguida para gravar os jingles e spots de lançamento do primeiro Torneio de Repentes de Minas Gerais. Em 7 de janeiro de 1980 fundou, com outros companheiros como Amelina Chaves, Jason de Morais, Josece Alves, Silva Neto, Pau Terra, João Martins e o grupo Agreste, a  ARPPNM,  Associação dos Repentistas e Poetas Populares do Norte de Minas. Ainda em 1980, descobriu  o violeiro, tocador de rabeca e construtor de instrumentos Zé Coco do Riachão, do qual produziu

Obras

  • A besta do Tibúrcio
  • A chama da retirada
  • A estrada da minha vida (c/ Patativa do Assaré)
  • A gaita e a sanfona
  • Abecedario catrumano (c/ Braúna)
  • Abelha tubi

Discografia

  • (2018) O Canto do Cerrado – volume 2 – WDisk – DVD
  • (2018) O Canto do Cerrado – volume 1 – WDisk – DVD
  • (2017) O Choro do Cerrado – Instrumental (c/ vários artistas) – CD
  • (2017) Repentistas do Norte de Minas – (c/ Tone Agreste) – Nany – CD
  • (2017) O Grito Selvagem – Central Park – CD
  • (2015) Catrumano & Urbano (c/João Araújo) – Viola Urbana – CD
  • Fonte: dicionariompb.com.br

 

 

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