
A Chegança segundo o folclorista Théo Brandão é um folguedo natalino, um auto marítimo, “a Versão brasileira, ou melhor, nordestina das Mouriscadas da Península Ibérica e das Danças Mouriscas da Europa”.
No passado, o folguedo era apresentado em uma barca, feita de “taipa”, construída nas praças ou em locais de festas natalinas, aonde o folguedo iria se apresentar. Hoje em dia já não existe mais esta estrutura. As apresentações acontecem em palanque comum ou em locais planos.
Os figurantes vestem-se como a marujada de acordo com a patente que representam: Almirante, Capitão de Mar e Guerra, Mestre Piloto, Mestre Patrão, Capitão Artilheiro, Calafate, Imediato, Gajeiro, Capitão de Fragata, Marinheiro e o Padre.
As músicas são acompanhadas por dois ou três pandeiristas, único instrumento musical do folguedo.
As partes são chamadas de “embaixadas”, onde louvam o Menino Deus, a Virgem Maria ou a Padroeira do local. Narram também os acontecimentos e dificuldades ocorridos na viagem ao mar, como as tempestades, a batalha contra os mouros, a partida e a chagada ao porto.
A Chegança “Silva Jardim” existe há muitos anos. Os moradores da cidade de Coqueiro Seco não sabem o período exato do seu surgimento. Contam que o grupo era organizado para dançar nas comemorações e festas do Natal, sendo dissolvido após os festejos.
